sábado, 2 de junho de 2012

Assunto: O documento abaixo é parte do depoimento de Nelson Mandela em 1964, diante da corte racista que o julgou. Mandela contra o Apartheid

Os africanos querem receber um salário que lhes permita viver. Os africanos querem trabalhar em atividades para as quais se julguem capacitados, e não em atividades para as quais o governo os declare capacitados. (...) Os africanos querem possuir terra nos locais onde trabalham, e não ser obrigados a morar em casas alugadas, que jamais poderão chamar de suas. Queremos fazer parte da população geral, e não vivermos confinados em guetos. Os homens africanos querem morar com suas esposas e filhos nos locais onde trabalham e não ser forçados a uma existência não natural em albergues masculinos. As mulheres africanas querem viver com os maridos, e não ser permanentemente abandonadas como viúvas nas reservas. (...)
Queremos, mais que tudo, direitos políticos iguais, porque sem eles nossas desvantagens serão permanentes. Sei que isso soa como revolucionário para os brancos deste país, porque a maioria dos eleitores serão africanos. Eis o que faz o homem branco temer a democracia. Mas não se pode deixar que esse temor impeça qualquer solução que garanta a harmonia racial e a liberdade de todos. (...) O CNA passou meio século lutando contra o racismo. Não mudará sua política quando triunfar.
Eis, então, o objetivo do CNA. Sua luta é verdadeiramente nacional. (...) É uma luta pelo direito de viver.

(Fonte: BENSON, Mary. Nelson Mandela: O homem e o movimento. p. 170-1)

3 comentários:

  1. Sentença contra Mubarak irrompe na campanha eleitoral egípcia
    Marina Villén.
    Cairo, 3 jun (EFE).- A sentença que condenou o ex-líder Hosni Mubarak à prisão perpétua dominou o ambiente eleitoral do Egito, onde milhares de pessoas voltaram às ruas neste domingo para protestar tanto contra a decisão da Justiça, que consideraram insuficiente, como contra a presença do general reformado Ahmed Shafiq no segundo turno do pleito presidencial.
    A duas semanas do segundo turno, os egípcios viram o panorama eleitoral se complicar ainda mais com a sentença, que condenou Mubarak e o ex-ministro do Interior Habib al-Adli à prisão perpétua e absolveu dois filhos de Mubarak, acusados de corrupção, e seis ex-altos comandantes do Ministério do Interior, por seu envolvimento no massacre de manifestantes.
    A condenação de Mubarak e de Adli não acalmou os ânimos dos manifestantes, diante da crescente sensação de que não houve justiça neste processo nem transparência no primeiro turno das eleições, que levou Shafiq, último primeiro-ministro do antigo regime, ao segundo turno. (...)
    As manifestações foram convocadas por grupos de jovens revolucionários e várias forças políticas, entre elas a Irmandade Muçulmana, cujo candidato às eleições presidenciais, Mohammed Mursi, enfrentará Shafiq no segundo turno, nos próximos dias 16 e 17.
    Mursi aproveitou o clima de indignação popular para comparecer à praça Tahrir neste sábado e ser ovacionado pelos manifestantes, numa grande oportunidade para fazer campanha pessoalmente e promover o sentimento revolucionário contrário ao antigo regime.
    Diante desta estratégia, Shafiq se esforçou para rebater o rival e instigar o medo de muitos eleitores à Irmandade Muçulmana e seu projeto político islamita no Egito. 'Eu represento o avanço, a Irmandade representa o retrocesso, eu represento a transparência, a Irmandade representa a escuridão e o secretismo', ressaltou o ex-primeiro-ministro em entrevista coletiva no Cairo.
    Shafiq também afirmou que, enquanto ele aposta 'no diálogo e na reconciliação', o grupo islamita busca 'vingança' e deseja um país 'religioso sectário'.
    O candidato presidencial ressaltou que não quer 'reproduzir o antigo regime' e pediu que não se utilize a decisão judicial contra Mubarak 'com objetivos eleitorais'. (...)
    Para a manifestante Hala Sami, de 40 anos, as prioridades políticas neste momento são a criação deste conselho, a redação de uma nova Constituição e a realização de eleições livres 'com candidatos de verdade, e não marionetes'.
    'Houve fraude no pleito', disse Hala à Agência Efe, que não apoia nem Shafiq nem Mursi, porque rejeita tanto 'um regime militar como um islamita'.
    Para esta mulher, a decisão contra Mubarak foi o detonante de uma nova onda de descontentamento pelo fracasso em fazer justiça aos mártires da revolução e os temores de que os altos funcionários do antigo regime se livrarão de uma punição real. EFE

    http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/sentenca-contra-mubarak-irrompe-na-campanha-eleitoral-egipcia

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  2. Recomendo o filme Borboletas Negras
    Sinopse

    Após presenciar um ato de violência contra crianças sul-africanas, a poetiza Ingrid Jonker escreveu o poema The Dead Child of Nyanga, que mais tarde foi lido por Nelson Mandela em seu discurso de inauguração do primeiro parlamento democrata da África do Sul em 1994. Sua história de inconformismo com o regime segregacionista do Apartheid e suas relações precárias com os homens - incluindo seu pai (Rutger Hauer), membro do regime - dão a tônica do filme dirigido pela Paula van der Oest.

    http://www.interfilmes.com/filme_25323_Borboletas.Negras-(Black.Butterflies).html

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  3. Olá!
    Gostei do trabalho feito aqui. Traz reflexões significativas sobre a África.
    Abçs,
    Hildebrando M Monteiro

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